Blog dos participantes da Oficina Crônicas: entrevistas com o cotidiano do Setor de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba - 2010.

domingo, 29 de agosto de 2010

Escrever. Escrever?

Ainda sou aprendiz no campo literário. Às vezes olho com mal disfarçada inveja, no bom sentido, para pessoas que dominam essa arte. São como mágicos, transformando estímulos visuais em pinturas fantásticas ou em fotografias admiráveis usando simples palavras escritas, enfeitadas com metáforas ou outros recursos linguísticos. Os acontecimentos banais são convertidos em crônicas rítmicas, coloridas, bem humoradas e recheadas de deliciosas ironias nas entrelinhas.
Tem dias que ouço minhas vozes interiores gritando e questionando: - quando você vai fazer isto com desenvoltura? Por que ficar travada sem deixar com que as idéias fluam? Claro que tento sempre silenciá-las com desculpas esfarrapadas alegando a falta de tempo, um bloqueio emocional, os programas políticos, os políticos, a eterna crise econômica, a monotonia. Ou procuro calar o torturante interrogatório inventando uma emocionante estória sem pé nem cabeça: enquanto dormia, uma bruxa malvada entrou nos meus pensamentos e roubou-me a fantasia; roubou-me a poesia; roubou-me também a ironia e toda a capacidade de criar. Então definitiva e dolorosamente concluo e confesso que nem mais aprendiz sou, simplesmente não sei escrever. Culpa da bendita bruxa sinistra.

Ceres.

sábado, 21 de agosto de 2010

Rupturas.

Ambrósia arrancou as amarras burlando bravamente cláusulas clássica. Cantarolou crítica contrariando costumes. Depois discorreu desafiando dogmas. Extasiada, espiou estrelas esplêndidas. Fascinada fantasiou feliz, galgando galáxias. Gestos hábeis, hipnóticos, incógnitos indicavam jeitosos jogos jocosos. Luminosa, livre, leve mergulhou mágica magistral nas nuvens nascendo novamente. Ousada, objetou objetiva preceitos, praxes, preconceitos.
Questionou quocientes. Rompeu receptáculos rigorosos. Suntuosa somou talentos transcendentes. Ultrapassou ultimatos usurpadores. Usou velozes variáveis xeretas zerando zumbidos zombadores. Alforriada amanhece bailando. Brilha; canta delicadamente. Eu encantada espreito...

Ceres.