Blog dos participantes da Oficina Crônicas: entrevistas com o cotidiano do Setor de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba - 2010.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Adamastor (Opus 16)

Você, assim como Adamastor, pode viver achando que sabe de tudo, porém o que os olhos vêem é apenas passado. Quer prova, dou-lhe a mais óbvia; o sol que tanto admiramos é a imagem do que ele foi há oito minutos. As estrelas são neste momento ilusões.
Quando jovem Adamastor sabia de tudo, pura convicção. Com o passar dos anos este gigante da razão descobre que viver não é tão simples assim. Descobre outras realidades, e ao longo dos anos, com perda e ganho se verá em quatro dimensões.
No caso de nosso amigo chega a certo ponto da vida, lá onde o orgulho faz a curva, que percebe que o mundo a sua volta é muito mais que três dimensões apenas. Muito mais do que os olhos podem ver. É aquele momento onde tem o choque emocional, e descobre que o tempo não tem passado ou futuro, é tudo presente. Alguns dizem que é amadurecimento, eu vos digo ser consciência do sentimento. A consciência que a condição humana é trágica.
Adamastor vive se queixando que quando jovem tudo era mais simples, que a vida parecia fluir, o tempo mero detalhe. Pobre amigo, ainda preso as masturbações. Está com lapso de tempo.
Existem muitos perdidos ao nosso redor, pessoas que ainda não conseguiram sentir a realidade em quatro dimensões. Viver nesta realidade é perceber que o espaço onde vivemos está totalmente ligado ao tempo. Tempo não tem ordem cronológica, é um contínuo. Tempo é sentimento. Lembranças ditas do passado fazem parte de um continuo espaço-tempo: viver. O passado e o futuro habitam o nosso presente, então é tudo sentimento no aqui e agora.
Muito físico? Sim, mas interpretar a realidade não é para fracos.
Senão não tiver coragem cai fora, corte os pulos, morra.

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