Blog dos participantes da Oficina Crônicas: entrevistas com o cotidiano do Setor de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba - 2010.

sábado, 23 de outubro de 2010

Aquele amor meu e de Vinícius de Moraes (Opus 23)

Aquele amor, na realidade, naufraga em lágrimas quando deixado e bóia nas lembranças pedindo socorro – aquele amor.
Aquele amor, quando vem com os olhos e beijos cheios de adeus, é a indiferença que foi à causa. Mas ainda se escuta o som da blusa decotada, o silêncio do sexo ardendo. O amar em excesso nos torna amantes de nós mesmos, e certo dia somos seduzidos. Pouco a pouco tudo se converte em um. Nada de par naquele amor, só outro para alimentar a razão.
Aquele amor não é único, sofre mutações quando encontrado, então se desapegue da forma e viva o que existe, goze naquele amor.
Aquele amor, mister é uma mulher só com lágrimas; pois ser com muitas, poxa! É de facada... – vão te cobrar pedágio.
Aquele amor, na forma de nove, é infinito enquanto dura. Fidelidade a prova, flores na tarde morna – aquele amor.
Aquele amor, exige tomar vinho também (com uma enochata não se arrisque!) e ser decantado entre seus lençóis – quer tudo sobre amor.
Aquele amor necessita de um cafajeste fiel, um sujeito único com muito amor – aquele amor.
Aquele amor ainda sai do peito, arde em lágrimas que marcam a face. Que perdoe assim a falta de amor – aquele amor.
Mas aquele amor agora necessita de outro homem para ser vivido o grande amor – aquele amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário