Blog dos participantes da Oficina Crônicas: entrevistas com o cotidiano do Setor de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba - 2010.

sábado, 23 de outubro de 2010

Sobre o amor que não existe (Opus 20)

Caro amigo nem sempre somos felizes, pois felicidade é transitória. Em regime permanente somente a dúvida, e a dor que sinto corta-me o ar. A perda é sincera. O amor falso, dissimulado. Não acredite no amor, mas sim na dor; reta e fatal.
Não desejo ficar sem dor, quero vento ao rosto, viajar. Observar a arvore pela janela do carro, sonhar com um novo amor. Uma vida necessita de amor. Não quero desapontar você, mas necessito acreditar em algo para viver.
Desejo o presente da paixão, coração desgovernado. Quero a maciez dos cabelos, os beijos dela. Não permita que o tempo torne a vida árida, seca de alegria.
Um amor, uma vida e uma esperança perdida.
Amor e dor são irmãos de alma, inimigos de destino. Nunca se vive o suficiente para descantar a dor. Nunca sofremos o necessário para viver um grande amor.
Seu nome nunca se esquece, e será pronunciado pela última vez antes de morrer. Nas nuvens se deitará ao seu lado para poder aplacar a excitação desmedida da alma.
Um dia ainda se culpará pelo mal causado ao coração, mas a vida é cruel não aceita ser dividida. Compartilhar é possível, dividir não. Assim é o amor, que dure enquanto for infinito...
Tem dias que é melhor viver do que ser feliz.
Não degustarei mais meu vinho preferido, avinagrou. As lágrimas antes analisadas, hoje cortam o peito feito álcool na ferida exposta.
O rádio da alegria cessou, perdeu a estação da felicidade. A onda levou para o fundo, e não vejo a superfície, não vejo seu rosto.
Necessito oxigenar os olhos, passar um rodo nas lágrimas desobedientes. Voar pelos cantos esquecidos da lua, ignorar o sol do sorriso dela.
Necessito sim, de um beijo amigo para ignorar a verdade exposta em olhos afogados de desespero.

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