Blog dos participantes da Oficina Crônicas: entrevistas com o cotidiano do Setor de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba - 2010.

sábado, 23 de outubro de 2010

O bem que conhecemos (Opus 21)

Você sabe o bem, não é tão suportável quanto muito se ovaciona. Instala-se nas entranhas do viver por pura necessidade, ilusão. Possui uma força oculta, certo que de maldade.
Aquela bem que conhece fez de mim o melhor. Entornou-me, fez derramar do peito a emoção. Mas nenhum bem é duradouro, pois termina sempre na curva da maldade. Felicidade é o mal dos lúdicos e irônicos escritores, que geram mazelas que habitam os poros da bondade.
O bem só existe quando o mal te castiga, e a nostalgia é a maldade escondida em belos pensamentos, mata esperanças. Não existe, mas como é bom procurá-lo.
Passei uma segunda por causa dele, desparafusei as idéias. Quem me dera deixar de ser substantivo e tornar-me adjetivo. Ser alguém com o bem, não um muro de vergonha.
O bem e o amor não se impõem, acontece. O poder aquisitivo do bem fica a cada ano mais rarefeito, enquanto a emoção amadurece a fórceps. São diferentes níveis de amadurecimento que nos afasta de pessoas mesquinhas, feias de coração.
A verdade é que a visão distorce a realidade, e por momentos não somos capazes de sentir o bem. Quando se arma com a raiva afasta-se a razão, perde assim o bem que habita na alma.
A questão é que ainda sinto a placenta me envolvendo. Escuto verdades, mas o que me consola são as mentiras. Então, não tenha medo da realidade que te contorna, mas sim das sombras da falta do bem no interior.

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