Blog dos participantes da Oficina Crônicas: entrevistas com o cotidiano do Setor de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba - 2010.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Mulheres bonitas (Opus 11)

Olha só, existem vezes que quero ter, mas a natureza não permite. Desejo as mulheres bonitas, daquelas que só Nelson Rodrigues sabe descrever.
Umas das conclusões da teoria rodriguiana é que as mulheres bonitas são destinadas aos inteligentes. Caso de nosso nobre amigo póstumo, o que de longe não habita minha praia. Pela lógica, sou assim um burro. Só as feias me desejam. É, é isso, e como diria Nelson, não adianta insistir: o replay é burro.
Insisto em querer, como obsessão. Aos que não gosto, persigo. Aos que amo sou frouxo de dar dó. Parece paixão pelo Fluminense, mas sou Atlético do Paraná.
Mas voltemos às mulheres. Elas são a minha condição humana para ser trágico. Quando não amo uma única, como a maioria dos imbecis, sou de todas. Não presto, mas sou adorável. Ser adorável não atrai as bonitas. As bonitas precisam de um messias, e eu sou um inveterado pecador.
A droga em minha vida são as mulheres, e por este vício entrego meu corpo como uma promessa em dia de ação de graças. O biótipo não ajuda, mas o que atrai é a condição selvagem de ser homem.
Cara bonito com mulher bonita, não se cria. Cria chifres.
Hoje não tenho mulheres, nem as feias, tenho um psicanalista. O consolo? O psicanalista é uma mulher bonita, e muito parecida com minha antiga professora.

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