Blog dos participantes da Oficina Crônicas: entrevistas com o cotidiano do Setor de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba - 2010.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Só para mulheres (Opus 15)

Mulheres, vocês que tanto amo, podem achar pejorativa a palavra, mas este recado é para que entendam o que se passa do lado de cá. Para nós não nasce feita, se faz com a vida.  A idade exata para tornar-se uma não existe, acontece. Nada se perde tudo se transforma.
Assim como o vinho que se movimenta na taça o andar dessa mulher possui poesia, alegria. Teve até um cara que descreveu isto como a garota de Ipanema, mas isso nos dias atuais melhorou. Seu andar não se faz com as pernas paralelas, suas pernas se entrecruzam no caminhar, um pé frente ao outro; tic, tac. Seu balanço possui um ar selvagem, mas terno e embriagante. Podemos acompanhar por horas, lembrem-se somos homens, e entendemos, como num passe de mágica, os versos do poema que se entrega pelo ar.
O fatal é o cheiro que viaja até encontrar nossas narinas roxas de excitação, devidamente comunicadas do que esta para chegar. Seu cheiro, que mais parece um complexo aromático do melhor vinho, prende e escraviza os desejos. Aí, já estamos quase rendidos, e não conseguimos ver nenhuma luz do outro lado do rio.
Perdoem a modéstia nesse momento, mas a transformação é o fato mais curioso, e devo confessar que a culpa foi nossa. Eu, mesmo com o desempenho de um Sancho Pança, já fui culpado. Sem nós não ocorreria, e sendo assim somos peça fundamental desta química. Por quê? Somos o motivo que desencadeou sua evolução.
O nocaute final é o visual. Pois é, imaginava-se que viria primeiro, e de fato sim, mas somente se completa com os outros sentidos já frouxos. Bonita vocês sempre serão depois do fato consumado. Digo dessa transformação, aquiete.
Mas deixe-me falar agora, em nome da maioria dos homens, que ao serem encantam. Encatam pelo jeito de menina sapeca que fica na sua áurea. As roupas a denunciam, como uma carta de alforria. Fantásticas nesse momento, tudo para nós fica para traz, inclusive os dias tenebrosos de TPM, e as numeras horas de espera. Só alegria que contagia, felicidade que vaza.
Hoje vemos que esta excitação adquirida independe de nós e temos ciúmes. Poxa! Tudo era para nós e agora não. Desculpem, devo me recompor, tenho de manter a forma de homem.
Vocês se transformam, por exemplo, com o sucesso de suas conquistas profissionais, e por aí se vão. Nós? Sendo sincero, ficamos como acessórios ilustres ao seu favor.
Mulheres! Não nos abandonem, ainda temos muito para dar.
O que importa é que hoje todas rumam para serem bonitas, muitas se transformando, é um mar de beldades. Até você mulher, que fica em casa com seus afazeres poderá se transformar, pois hoje são completamente independentes de nós para ser resultado desta mudança.
 Nós, aqui, continuamos com os mesmos sentidos que nos levam a chamá-las de gos-to-sas.

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