Blog dos participantes da Oficina Crônicas: entrevistas com o cotidiano do Setor de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba - 2010.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Assim sou eu.

Transitar pelas ruas, ônibus, shoppings e outros espaços públicos me faz querer os espaços vazios. Aqueles espaços onde não há ninguém. Nem mesmo lojas, nem lanchonetes. Nada. E nem mesmo os parques, porque hoje em dia estão cheios de famílias barulhentas. Não há mais lugar para o esperado sossego. Mas aí não se tem mais nada para se fazer, esse é o problema. Porque eu só observo.

Eu odeio, detesto, abomino. Procurarei outros sinônimos no dicionário para isso que eu sinto, por hora esses já me bastam. Essa aversão que sinto pelas pessoas, em específico as crianças. Sim, pois são muito barulhentas. Choram por qualquer coisa; quando não são apáticas, tal qual bonecos manipulados pelos pais, e não é do tipo dos bonecos de hoje em dia que interagem com frases feitas e tudo mais: são caladas, mudas telepáticas. E quando resolvem botar a mão aonde não devem? Geralmente bagunçam ou quebram alguma coisa. Os pais? Isentam-se por ser uma criança, como se todos tivessem que agüentar os frutos das suas irresponsabilidades. Eu as odeio e pronto.

Não existindo as crianças, ficaria feliz: que perfeito extermínio. Mas digam-me: o que fazer com os pais? Sim, pois são eles alguma coisa sem as crianças? Elas são o reino deles. Sem elas, eles ficam intragáveis. Senhores da razão, com exemplos e causas e efeitos aos montes para defender as suas teses, provando que estamos sempre errados. Mas na verdade acho que os pais são seres completamente manipulados. É só fazer o que eles querem, ou fazer com que eles achem que estamos fazendo o que querem. Aí então você consegue qualquer coisa. Até as crianças sabem disso. Eu os detesto e pronto.

Mas esqueci dos seres intermediários: os jovens. Nem adultos, nem crianças. A mistura da birra infantil com a pseudo-sabedoria adulta. Esses seres se sentem sempre superiores às crianças, pelo simples fato de serem mais velhos; superiores aos adultos, pois o frescor do novo lhes é a verdade para o mundo, tentando assim mudar toda e qualquer concepção da vida, aquela aprendida pelos pais durante a vida toda(30 ou 40 anos?), derrubada por simples frases sem sentido: Você tá pirando mãe, tudo é relativo! Einstein revira-se na cova, certeza. Eles serão (ou tentarão) sempre ser superiores a tudo e a todos. Eles têm o poder da informação! Mas nem sabem usá-lo, coitados. Não sabem nada sobre coisa alguma. Eu os abomino e pronto.

Sim, ainda tem mais algum ser que tenho repulsa: os idosos. Ô racinha, viu! Nem preciso falar muito para demonstrar a raiva que sinto. Eles sabem de tudo e de todos, a idade funciona como se fosse um doutorado sobre qualquer assunto que exista na face da Terra e arredores. E a birra resgatada da infância? Essa vem com tanta força que consegue ser pior que a infantil. E por ser ancião, por vezes esquece-se de quase tudo: datas, pessoas, coisas, lugares, sobretudo da vergonha. Ocorre com eles o que nas crianças chama-se de "inocência", sendo a desculpa para toda e qualquer falácia cometida, perde-se o pudor mesmo.

Enfim, cansei até de falar sobre coisas que não gosto, mas eu precisava. Preciso, aliás. Sempre. E nem preciso me aprofundar sobre cada um, pois conseguem ser condenados por suas próprias ações. Somente eu tenho esse direito de reclamar de algo, pois sou quem os faz assim como são. Eu os transformo nas melhores ou nas piores pessoas do mundo. Eu na verdade os deixo viver nesse mundo. Só quero mostrar o problema deles: a inveja. Nunca estão satisfeitos com o que são. No fundo, mas bem no fundo mesmo, todos querem ser o outro e por isso se apropriam de características que passaram da sua idade ou nem sequer fez parte dela. Uma maneira de voltar ou subir na escala etária. Nunca conseguirão, porém. Tentando, eles se tornam essa bagunça insuportável que eu tenho vontade de exterminar da face de qualquer mundo ou galáxia. Sim, eu sou extremista, mas não sou Deus. E é dessa forma que eu me apresento: Prazer, eu sou o Narrador.

Barba Ruiva

10 comentários:

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  2. O quê?

    Sério, eu acho que alguns limites são necessários para a boa-convivência em sociedade. E, se falo que são necessários, quero implicar que não devem ser quebrados. Nem mesmo com palavras (coisas que não voltam atrás, depois de ditas/escritas).

    Um ataque tão veemente a valores basilares de nossa sociedade (você falou mal até de crianças!) não seria possível de ser feito sem que eu-lírico e autor compartilhassem das mesmas (absurdas e repulsivas) idéias. Me recuso a acreditar que uma pessoa de caráter possa escrever um texto com a mesma matéria que serviu de origem e subterfúgio a genocídios e outras manifestações extremistas.

    E o texto "Feira das vaidades"? Há mensagens subliminares de ódio nele também? Os seus textos até aqui foram uma gradual lavagem cerebral pra que aceitemos como "normal" que você fale assim?

    Favor, não me dirigir a palavra nos próximos encontros da oficina até que eu esqueça o sociopata que, intrinsecamente, você demonstrou ser.

    p.s.: Vai se tratar! E lave essa boca (ou mãos, tanto faz)!

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  4. Amigo, concordo com vc. As pessoas são uma merda, por isso bebo!

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  5. Amigo,
    Acho que você deveria se oferecer para ser homen bomba num desses paises malucos. Assim, detonaria tudo e a si próprio que não deve ter muita coisa que preste por dentro.
    Ouvi dizer que o Irã oferece o céu para homens bombas. Vai lá, vai..Vai ser homen bomba.
    Seja muito feliz como "HOME BOMBA" BUM,!!!!

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  6. Oi seu Brabo Ruivo, digo, Barba Azul, ou melhor Barra Pesada,
    Vamos beber companheiro! Bom pra isso é cachaça!!!

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  7. Fantástico, Sr. Narrador! Que bom que hoje temos liberdade de expressão. Liberdade para, sem punições, dizer aquilo que vem à nossa mente, sejam opiniões nossas ou simplesmente de nossos personagens.

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  8. Acho que tem gente confundindo 'alhos' com 'bugalhos'.

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  10. Concordo com pretapato, pois com um texto deste o Barba Azul está achando que este blog é mais um confissionário e um divã de psiquiatria do que um local de postagens de crônicas. Aliás ele não percebeu que a crônica são textos leves e irônicos - não desabafos.
    Malú

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