- Olá! Você tá aqui hoje?
- Ih! Já vi tudo, vai ser o dia da confusão.
- Como assim?
- Os fregueses do Sr. José vão começar a chegar daqui a pouco e você vai ver só do que estou falando.
- Boa noite Sr. José. Hoje as mercadorias estão bem fresquinhas?
- Claro, minha senhora. Só trabalho com hortifruti direto do produtor.
- Ah! Sei. Então não é o senhor que planta?
- Só planto algumas coisas.
- Tá, de tudo isto da sua banca o que o senhor planta então?
- Cenoura, beterraba, alface, salsinha, cebolinha, nabo, rabanete ...
- Nossa! Então sua chácara até que é grandinha.
- É podemos dizer que sim.
- Quer ver só ela nos confundir?
- Como assim?
- Olha como o Sr. José nos colocou na banca, um do lado do outro. É só para gerar confusão.
- Nossa! Como você está esquentadinho!
- Espera aí. Esquentadinho não.
- Tá, como você quer que lhe chame então?
- Pelo nome certo oras. Ih! Lá vem ela. Primeiro me aperta para ver se não estou murcho. Depois aperta você, quer ver só.
- Ui! Como ela pega firme.
- Agora ela vai é claro, trocar nossos nomes e você ainda acha que devo manter a calma.
- Ô seu José, me veja estes nabinhos aqui.
- Não falei. Já errou.
- Não liga não, as pessoas confundem os nomes é só isto.
- Claro que ligo, a vida toda é assim, ninguém sabe a diferença entre eu e você. Tá na cara. Dá até vontade de gritar para ela. Mas ela não iria me ouvir mesmo.
- Olha freguesa, aqui estão seus rabanetes bem fresquinhos.
- Obrigada seu José, outro dia eu levo o nabo então.
- Não falei, ela não sabe nada, disse aquilo só para não ficar por baixo do seu José.
A feira continua, vem freguês, vai freguesa e o troca-troca de nome também continua e é claro a indignação do Rabanete.
Nenhum comentário:
Postar um comentário