Blog dos participantes da Oficina Crônicas: entrevistas com o cotidiano do Setor de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba - 2010.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O cavalo babão

Logo que cheguei em Curitiba, tive um choque visual ao deparar-me com aquela cabeça de cavalo jorrando água. Perguntei-me: - em que se inspirou o artista para criar uma obra com essas características?

Creio que os artistas são os sujeitos mais imprevisíveis do mundo no ato de criar. Confesso: - O cavalo babão me assusta! Seus olhos parecem os de Medusa. É melhor evitar, não quero virar estátua!

Hoje senti a ameaça mais presente. Seus olhos pareciam movimentar-se questionando a minha presença naquele espaço. Esse fato me fez refletir sobre as obras espalhadas pelo mundo, elas parecem que foram feitas para conversar com os transeuntes, os admiradores, outros artistas, enfim, a humanidade.

A obra de Oscar Niemeyer, erguida em homenagem aos expedicionários, no Aterro do Flamengo, é um exemplo deste conversar. Vista de frente me parece uma obra comum, mas observada na diagonal revela a imagem de uma foice e de um martelo.

Temos a Esfinge, no Egito, o Laçador, em Porto Alegre, as estátuas gregas e outras milhares de obras espalhadas pelo mundo. Agora tenho a oportunidade de conversar com uma delas: o cavalo babão!

Ele será meu confidente este ano, terei que prestar conta das minhas idas e vindas ao Palacete Wolf. Ele vai querer saber se fiz minha crônica, se anotei impressões e pensamentos no diário do cronista e se recortei notícias do cotidiano.

Hoje ele teve a primeira decepção: meu material está uma bagunça! Prometo arrumar tudo até a nossa próxima conversa.


________________________________
25/03/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário