Blog dos participantes da Oficina Crônicas: entrevistas com o cotidiano do Setor de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba - 2010.

domingo, 9 de maio de 2010

Princípio da incerteza e tia Mira (Opus 8)

Vem notícias além mar, mais precisamente de Werner Heisenberg, que a exatidão é questionável. Pela física quântica quando se deseja encontrar a posição de um elétron, altera-se forçosamente sua velocidade. Logo, quanto mais se deseja a precisão de uma grandeza, menor será a precisão da outra.
Como não sou físico, a tradução é de um enxerido, mas nem por isso inexata. Acredite. Agora, olha só, devo confessar que isto não tem novidade nenhuma. Lá na minha terra, de onde venho, à tia Mira já havia profetizado tudo isso que a ciência hoje vem fazer. Tia Mira é sabida que só vendo.Vamos às provas cabais dadas pela tia.
É de fato simples. Quando uma pessoa está amando, não terá a certeza do sentimento da outra. Assim, nas palavras da tia, é que numa hora corremos atrás, em outra correm atrás da gente.
Mas o que a ciência ainda não sabe, e que só a tia profecia, é que existe sim a possibilidade da precisão das duas grandezas, ou melhor, dois sentimentos. Existe um momento único onde se encontram. Tal fenômeno reza os escritos da tia, é o dito principio da incerteza. Os sentimentos quando harmonizados se amplificam tanto que se cria uma nova vida. É isso, surgem os nenéns. Eles são a prova final da continua incerteza da vida. Viu é simples, não? O problema é que os físicos ainda não tiveram os filhos, diz tia Mira.
Controvérsias existem, mas a tia ainda continua, entre uma tricotada e outra.
Os filhos são a sólida personificação da incerteza que se perpétua, e nisso a tia diz que os físicos já conseguiram chegar, só que ainda não entenderam a própria razão de existir a física. Ainda não encontrarão a equação que define a reação momentânea da exatidão de duas grandezas.
Nossa! Tem horas que a tia é f... difícil de entender, mas os físicos também.
Então, segundo a tia somos todos resultados da incerteza e os físicos também, e diria por fim a tia:
– Guri, não deixe que a modernidade diga tudo o que tem de fazer. Eles sim, não têm certeza de nada.

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