Blog dos participantes da Oficina Crônicas: entrevistas com o cotidiano do Setor de Literatura da Fundação Cultural de Curitiba - 2010.

domingo, 9 de maio de 2010

Milla (Opus 1)

Nestor até que é um cara legal. Mora num condomínio onde tem muitas crianças – a maioria de deixar o “coisa ruim” de cabelo em pé – coisas da modernidade. Apesar dos contratempos da vida anda muito alegre. Diria apaixonado para ser mais preciso.
Conta ele que a belezinha sempre o recebe com carinho. Alegria que dá gosto. Não sossega se não receber atenção, carinho. Espera-o à porta, parece adivinhar a hora de sua chegada. Sentimento de quem é apaixonada, dependente.
Agora está criatura tem um sério problema, não gosta de crianças. Até quando resolve passear já fica logo agitada na presença delas.  O simples fato de vê-las, já a põem nervosa. Dizem os entendidos que é porque não teve seus filhos. Coisa estranha. Vá saber. Trauma? Talvez.
Sempre ao lado de Nestor, foi à única que agüento o cara durante seu mestrado, e haja mal humor – conheço muito bem o fulano, quando irritado é ruim de suportar. Mas ela, não se dá por vencida, parece não temer a vida. Com ele é segura. Agora, Nestor por vezes tem vergonha de sair com ela. Tanto carinho dela, e o cara me vêm com uma destas. Na verdade ele é duro na queda, não vê seus sentimentos.
Certa vez cheguei a conhecê-la. Para mim nada fora do normal, simpática. Nada vi de diferente, ou especial. Porém o Nestor, santo Deus! Já tá quase uivando por ela. Só ele não vê isto. Olha não me surpreenderia de ver o cara abanando até o rabinho feita aquela schnauzer. É meu amigo leitor, a belezinha na vida de Nestor é Milla. Uma cadelinha – no bom sentido – e tá quase deixando o cara de quatro.

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